2022

Publicado 21/10/2022 por felipe
Categorias: Uncategorized

eu odeio tudo que está escrito aqui. odeio meu texto e odeio a pessoa que eu era nos anos em que mantive esse blog. até segunda ordem, hoje não assino embaixo da maior parte dos posts, por diversas razões. por isso a maioria das publicações foi ocultada.

embora discorde e/ou me arrependa e tenha vergonha de muito do que escrevi, mantive vários posts sobre filmes, principalmente os do Herzog, que são importantes para mim e servem como marco histórico, visto que anos atrás meu Projeto Herzog foi usurpado por alguém mais popular, que inclusive copiou bastante os meus posts e até usou minhas imagens exclusivas (screencaps que eu fiz).

mantive também os posts sobre mulheres de nariz grande, que também foram marcantes. nesse caso também não assino embaixo de muitas opiniões idiotas que possam estar expressas nos textos.

obrigado e desculpa.

2023 – letterboxd

Publicado 31/12/2023 por felipe
Categorias: filmes

Foram 276 vistos no ano.

A lista de melhores do ano já publiquei.

2023

Publicado 29/12/2023 por felipe
Categorias: filmes

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Night and fog (Nuit et brouillard, Alain Resnais,1956)

Daisies (Sedmikrásky, Vĕra Chytilová, 1966)

Tie Xi Qu: west of the tracks (Wang Bing, 2002)

Fist of the condor (El puño del cóndor, Ernesto Díaz Espinoza, 2023)

The celebration (Festen, Thomas Vinterberg, 1998)

Duelle (Jacques Rivette, 1976)

The five devils (Les cinq diables, Léa Mysius, 2022)

Mouchette (Robert Bresson, 1967)

Where is the friend’s house? (Abbas Kiarostami, 1987)

Spider-man: across the spider-verse (Joaquim dos Santos, Justin K. Thompson, Kemp Powers, 2023)

Tokyo story (Yasujiro Ozu, 1953)

Past lives (Celine Song, 2023)

Shadows in paradise (Varjoja paratiisissa, Aki Kaurismäki, 1986)

La vie de bohème (Aki Kaurismäki, 1992)

Mission: impossible – dead reckoning part one (Christopher McQuarrie, 2023)

Killers of the flower moon (Martin Scorsese, 2023)

Le havre (Aki Kaurismäki, 2011)

Nesse ano dois períodos de Mubi me presentearam com dois diretores que eu não conhecia: Jacques Rivette e Aki Kaurismäki. Também me proporcionaram assistir a uns filmes do filipino Lav Diaz, conhecido pela extremamente longa duração de suas obras. Evolution of a filipino family (2004), um dos que vi, tem mais de 10 horas.

(outro destaque do ano foi conhecer Wang Bing, documentarista chinês que também faz filmes de muitas horas)

Eu não sei por que uma metragem de mais de 5 horas me atrai tanto e não me importo em saber.

Do Jacques Rivette vi Out 1 (1971), que tem mais de 12 horas.

O Rivette supostamente tem muitas semelhanças com David Lynch (não em Out 1). Não me importo muito com isso, mas faz sentido ter me agradado de um jeito que não sei explicar, especialmente com Duelle e Noroît. Para 2024 verei outros dele.

https://mubi.com/en/notebook/posts/lynch-rivette-phantom-ladies-or-it-doesn-t-hurt-to-fall-off-the-moon-mulholland-dr-and-celine-and-julie-go-boating

https://mubi.com/pt/notebook/posts/lynch-rivette-wrest-of-the-night-lost-highway-and-duelle

https://mubi.com/pt/notebook/posts/lynch-rivette-only-by-sight-or-lost-allusions-eraserhead-and-paris-belongs-to-us

(outros destaques: conhecer Robert Bresson e ver meu tardio primeiro Ozu)

O final do ano foi de Kaurismäki. Nunca esteve no meu radar. Dois anos atrás vi The match factory girl (Tulitikkutehtaan tyttö, 1990) numa temporada de filmes tristes e o filme parou na lista de melhores daquele ano. Mas não tinha ido atrás dos outros do diretor. Até o segundo e atual período de Mubi, esse maravilhoso serviço que disponibilizou toda a filmografia do Aki Kaurismäki. Em pouco mais de 1 mês vi simplesmente todos os filmes dele e posso afirmar que esse cara que “nunca ouvi falar” é hoje um dos meus diretores favoritos. Isso está refletido nas 3 obras dele que entraram na lista de melhores do ano. Infelizmente não consegui ver Fallen leaves, o filme de 2023 dele.

https://www.bfi.org.uk/lists/aki-kaurismaki-10-essential-films

https://www.bfi.org.uk/features/where-begin-with-aki-kaurismaki

Criança

Publicado 18/02/2023 por felipe
Categorias: Uncategorized

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A criancinha pequena segurava uma florzinha entre o polegarzinho e o indicadorzinho enquanto se segurava no ônibus. A outra mão, com a mão da mãe. Observei aquela mãozinha segurando a florzinha, pensando onde ela ia guardar quando chegasse em casa. Por quanto tempo a criança, indefesa contra as arbitrariedades da vida, conseguiria manter aquele souvenir no meio das suas coisinhas, quem sabe em alguma caixinha? Provavelmente pouco tempo. Aí, enquanto eu olhava e pensava no que a flor representava no mundinho da menina, naqueles breves segundos preenchidos pela ternura infantil, a florzinha se desprendeu dos dedinhos. Pensei “Não!”. No primeiro momento a criança não viu. E então viu. Olhou para o chão, procurando a flor. O ônibus estava quase chegando na sua parada. Tentou chamar a atenção da mãe, que ignorou ou nem percebeu, absorta em sua amargura de adulta. Procurei a florzinha com o olhar, mas não a vi. Queria ajudar. O ônibus parou. Quando a menininha se curvou para reaver a flor, a pessoa da frente se movimentou para descer e chutou aquela coisinha de nada (mas de tudo) para fora. Aquilo destruiu o meu dia. Espero que o da criança, um pouco menos.

Diário da guerra do porco – Adolfo Bioy Casares

Publicado 08/02/2023 por felipe
Categorias: literatura

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Chegou a casa, que ficava em frente da oficina de estofamento de carros, na rua Paunero. Achou o seu quarto inóspito. Ultimamente, sentia uma invencível propensão para a tristeza que modificava o aspecto das coisas mais comuns. À noite, os objetos do seu quarto apareciam-lhe como testemunhas impassíveis e hostis. (p.15)

***

Talvez fosse esse deteriorar da sua posição na sociedade o que o tornava saudoso. O fato era que, nos últimos meses – ou, talvez, anos -, vinha se entregando ao vício das recordações, o qual, como outros vícios, começava entretendo, mas acabava lesando e prejudicando. (p.16)

***

Considerou voltar atrás e pedir explicações, mas lembrou-se das espáduas largas e dos músculos apertados pelo casaco cinzento do jornaleiro, como também de que certas manhãs acordava com dor na cintura, como se tivesse o esqueleto enferrujado e enfraquecido. A aceitação das próprias limitações constitui, eventualmente, uma sabedoria triste. (p.21)

***

A vida dos tímidos é incômoda. Mal tomou o caminho do seu quarto, percebeu que, mais ridícula que a imagem de um homem entrando no banheiro era a do que se afasta dele por lhe haver faltado coragem para entrar. Haveria vergonha maior do que mostrar que se teve vergonha? (p.33)

***

Quem sabe que associação de ideias lhe trouxe, naquele momento, a lembrança de um cão que seu pai tivera quando ele era criança, o pobre Vigilante, que, após uma longa vida de abnegação, constância e dignidade, se entregou, já velho, à indecorosa e inútil perseguição das cadelas do bairro. Provavelmente, pela primeira vez na vida ele se sentira ofendido. A amizade com o cão não voltara a ser o que era e, quando o perderam, conhecera dois novos estados de alma: o remorso e o desconsolo. (p.64)

***

– O que me irrita nesta guerra do porco – e irritou-se consigo mesmo, por ter involuntariamente dado esse nome à perseguição aos velhos – é o endeusamento da juventude. Estão transtornados só porque são jovens. Que imbecis! (p.99)

***

Mas logo se desgostou de encarar como recordação o que ainda estava vivendo: era a mesma coisa que considerá-lo passado. Também se aborreceu de estar pensando: era afastar-se de Nélida. Mas ainda pensou: “Ultimamente, tenho o mau hábito de me perguntar se o que me está acontecendo não estará acontecendo pela última vez. Parece que procuro estragar tudo com a minha tristeza”. (p.139)

2022

Publicado 31/12/2022 por felipe
Categorias: filmes

Spalovač mrtvol (1969)

Benedetta (2021)

L’avventura (1960)

The northman (2022)

Petite maman (2021)

Thief (1981)

Nine 1/2 weeks (1986)

4 months, 3 weeks and 2 days (2007)

Emily the criminal (2022)

The fire within: requiem for Katia and Maurice Kraft (2022)

Alucarda (1977)

The banshees of Inisherin (2022)

viciado

Publicado 17/12/2022 por felipe
Categorias: Uncategorized

entra no ônibus com pressa de sentar, sedento por alimentar o vício. escolhe o primeiro assento livre, que os olhos pareciam já estar buscando da calçada, antes de o veículo sequer parar e abrir a porta. depressa troca de lugar, sempre pode melhorar. rápido, mal a bunda senta, amarra com facilidade embora de maneira intricada e deixa pendurada a mochila. precisa se livrar logo, é muita inconveniência ficar com aquilo no colo. o pé no tênis vagabundo e na meia de elástico frouxo logo sobe e é apoiado onde dá, as pernas arreganhadas. as roupas esportivas, as mais leves e menos opressoras possíveis, mas nunca ergueu um peso nem fez nenhum exercício na vida. na escola, certamente era aquele que ficava na sombra e se abstinha do jogo de futebol, ainda que estivesse em campo. atirado no banco, um braço jogado para cima tipo macaco, se segura na janela de um jeito que não faz o menor sentido para uma pessoa normal. obcecado pela indolência, vagabundo preguiçoso, viciado em estar confortável.

e.e. cummings

Publicado 04/11/2022 por felipe
Categorias: literatura

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Divine invasions: a life of Philip K. Dick – Lawrence Sutin

Publicado 02/11/2022 por felipe
Categorias: literatura

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2019-2021

Publicado 02/11/2022 por felipe
Categorias: atualidades, cotidiano

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Poema

Publicado 26/10/2022 por felipe
Categorias: literatura

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amargo

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cretino

débil

errado

frustrado

grosso

humilhado

inferior

jeca

lamentável

menor

nulo

óbvio

pouco

quase

ridículo

simplório

trouxa

usado

vão

xucro

zangado

maio/2019